This article was originally published on 24/7Mirror
Filmes de Hollywood e programas históricos de TV muitas vezes romantizam o passado, mas quando descobrimos a verdade sobre como era a vida nos "bons e velhos tempos", duvidamos que alguém queira viajar de volta e abrir mão de nossos confortos e conquistas modernos. Da Roma Antiga à Florença da Renascença, os "dias antigos" parecem muito menos pitorescos quando você ouve sobre as coisas nojentas e anti-higiênicas que eram consideradas normais — confira, se você achar que aguenta.
Mantendo os penicos usados debaixo da cama
Todos nós conhecemos a sensação de estar confortavelmente aconchegados em uma cama quente apenas para perceber que bebemos muita água durante a noite e precisamos ir ao banheiro uma última vez antes de adormecer. Sim, sair de uma cama quentinha é muito chato, mas ainda assim, não gostaríamos de voltar ao tempo em que os penicos eram considerados normais — como acontecia até meados do século XX.
Esse tipo de privada portátil pode ter sido a alternativa mais conveniente para a necessidade de sair andando no escuro e no frio para usar o banheiro externo, mas imagina o cheiro que deveria deixar no quarto.
Tentando tratar a peste negra, mas piorando as coisas — Parte 1
Se lidar com a pandemia de Covid-19 é difícil nos dias de hoje, imagine como deve ter sido viver no século XIV tentando controlar a Peste Negra. As pessoas não tinham ideia do que estava acontecendo, não sabiam a causa da doença, como era transmitida de um paciente para outro, o que poderia ser feito para evitar e qual era a melhor maneira de tratar os infectados. Uma das crenças era que uma pessoa saudável poderia pegar a doença só de olhar para um doente.
Como era de se esperar, então, os médicos tentando tratar seus pacientes recomendavam práticas totalmente ineficazes, como tomar banho em água de rosas ou vinagre, ou queimar ervas aromáticas. Mas essa nem foi a pior parte.
Transformando esterco animal em diversos tipos de tratamentos
Ler sobre essas práticas do passado nos proporcionou uma nova apreciação pela medicina moderna. Você sabia que na Roma Antiga acreditava-se que o esterco animal era útil no tratamento de vários tipos de problemas? De acordo com Plínio, o Velho, autor romano, naturalista e filósofo natural que escreveu a enciclopédia "Naturalis Historia" (História Natural), esterco de cabra fervido em vinagre, por exemplo, poderia ser usado em picadas de cobra.
O esterco de tartaruga, por outro lado, era o tratamento recomendado para uma concentração dolorosa de pus, enquanto o esterco de coelho supostamente impedia que cães ficassem latindo para pessoas.
Usando urina como antisséptico para feridas de batalha
Os antissépticos são vitais em situações médicas, pois retardam ou interrompem completamente o crescimento de microrganismos, reduzindo o risco de infecções graves. Isso é ótimo, mas você sabe o que costumava ser considerado um ótimo antisséptico? Urina. De fato, Thomas Vicary, um importante cirurgião londrino de meados do século XVI, que também foi sargento-cirurgião do rei Henrique VIII, recomendou que todas as feridas de batalha fossem lavadas com o líquido amarelo.
O problema é que a urina nem é estéril. O período Tudor parece excitante e tudo mais, mas vamos nos ater à nossa era moderna com antissépticos modernos, amplamente disponíveis e que realmente funcionam.
Instalando banheiros privativos na cozinha
Os antigos banheiros públicos romanos eram pesadelos por sua falta de privacidade, o acúmulo de metano que criava um sério risco de explosões e os perigos de ser picado por insetos em partes muito sensíveis. Mas ter um banheiro privado em casa não era muito melhor, aparentemente. Naquela época, os banheiros privativos costumavam ser instalados nas residências bem próximos ou dentro da cozinha, e havia uma explicação prática para isso.
As privadas, que eram apenas fossas no chão nem sempre conectadas aos esgotos, também eram usadas para descartar restos de comida, então imagina o cheiro que tinha uma antiga casa romana comum.
Lavando o cabelo com clara de ovo e usando gordura de bacon como condicionador
Hoje em dia, cuidar do seu cabelo não poderia ser mais fácil: entre em qualquer farmácia, loja de beleza ou cabeleireiro e você encontrará dezenas, senão centenas, de xampus, condicionadores, remédios para o couro cabeludo e esfoliantes que você nem sabia que precisava. Mas nos "bons e velhos tempos"? As coisas não eram tão fáceis. Clara de ovo já foi comumente usada como xampu, e gordura de bacon já foi um condicionador popular. Adoramos ovos e bacon no café da manhã, não como produtos para cabelo!
Além disso, ouvir sobre como as mulheres costumavam descolorir seus cabelos no passado nos deixou gratos por nossos cabeleireiros modernos. Naquela época, as pessoas que tentavam obter cabelos claros usavam produtos como azeite de oliva e cascas de cebola.
Aliviando as dores do parto com esterco de águia e água de rosas
Vamos apresentar os fatos como são: o parto é assustador e as dores do parto são um pesadelo. Mas pelo menos agora temos a medicina moderna. Imagine como deve ter sido dar à luz na Idade Média, quando esterco de águia misturado com água de rosas era o que usavam para aliviar a dor do parto. Isso mesmo: as pessoas aplicavam uma mistura de esterco de águia e água de rosas nas coxas da mulher e realmente acreditavam que de alguma forma aquilo funcionava.
As mulheres também usavam todos os tipos de amuletos por acreditarem que aceleravam as contrações, e nós só queremos tirar um momento para agradecer à medicina e à epidural que temos hoje em dia.
Acidentalmente transformando banheiros em uma versão assustadora de roleta russa
Se você prestou atenção ao seu professor de história no ensino médio, pode se lembrar de quando dizia o quão avançado o antigo sistema de esgoto romano era para a época — enfatizando "para a época". As instalações públicas daqueles tempos consistiam em dezenas de banheiros abertos diretamente nos canais de drenagem sem nenhum tipo de tubo. Por que isso era um problema? Porque o acúmulo de metano basicamente significava que esses banheiros podiam explodir a qualquer momento.
Outra questão importante? Os insetos podiam facilmente sair das aberturas no chão e picar quem estivesse usando o banheiro. Jatos de chamas e insetos que picam (sem falar na completa falta de privacidade)? Ir ao banheiro na Roma Antiga era como a versão da roleta russa mais assustadora de todos os tempos!
Tentando tratar a peste negra, mas piorando as coisas — Parte 2
Os médicos às vezes prescreviam tratamentos que deixavam seus pacientes ainda mais doentes, ou que espalhavam a doença ainda mais rápido. Por exemplo, alguns acreditavam que o melhor era pressionar o rabo raspado de uma galinha viva contra os furúnculos de uma pessoa infectada — o que só infectava as galinhas ajudando a espalhar a doença. Outra técnica grotesca era, você adivinhou, o uso de esterco. O motivo pelo qual as pessoas costumavam acreditar que o esterco tinha propriedades curativas, nunca saberemos.
Excremento humano era aplicado nos furúnculos, fazendo com que os doentes não apenas não se recuperassem, mas também desenvolvessem novos problemas. O pior, porém, era quando os médicos estouravam os furúnculos o que, novamente, só ajudava a espalhar a doença.
Fazendo pasta de dente com conchas de ostras e cérebros de ratos
Acredita-se que a primeira escova de dentes produzida em massa data do século XVIII, e os primeiros cremes dentais com flúor não foram introduzidos até o início do século XX. De acordo com as evidências, os humanos cuidam de seus dentes pelo menos desde 3500 – 3000 a.C. — eles apenas não eram muito bons nisso naquela época. Os antigos romanos, por exemplo, faziam sua escovação com a ajuda de galhos, mas é a escolha da “pasta de dente” que realmente nos intriga.
Aparentemente, sua higiene dental incluía o uso de itens como conchas de ostras esmagadas com ossos, carvão e até cérebro de rato, por algum motivo. A mistura provavelmente devia ser abrasiva demais para os dentes, e o cérebro de rato? Nós nem sabemos o que dizer sobre isso.
Vivendo no meio do gado e sendo atormentados por parasitas
Os vikings são frequentemente descritos como corajosos, robustos e temidos, mas descobertas recentes revelam que ser um deles provavelmente não era tão maravilhoso assim. Os vikings podem ter sido guerreiros ferozes, mas viviam perto de seu gado e tinham problemas estomacais crônicos, porque suas entranhas estavam sempre fortemente infestadas de parasitas. Eles começavam a ter problemas em uma idade jovem e, quando adultos, tinham infecções crônicas de lombrigas e parasitas de fígado. Os pesquisadores também encontraram evidências de vermes, provando de uma vez por todas que ser um viking não era divertido.
Os gases que eles soltavam tinham um cheiro horrível e eles viviam tendo diarreia severa. Fazer o número dois provavelmente também era sempre uma experiência dolorosa, e damos graças a Deus por termos terminado de assistir o seriado "Vikings" antes de descobrir essas coisas.
Fazendo dentaduras com dentes reais
As dentaduras modernas são feitas de muitos materiais diferentes, incluindo porcelana, resina composta e acrílica, e são habilmente trabalhadas para se parecerem com dentes reais e se encaixarem perfeitamente na boca do usuário. Mas no passado, a odontologia era muito mais assustadora do que é agora, mesmo para quem ainda tem medo de ir ao dentista. Você já ouviu falar nos "dentes de Waterloo"? Refere-se à Batalha de Waterloo, onde quase 50.000 soldados morreram, então você já entendeu que não deve ser nada de bom.
Os dentes de Waterloo eram dentaduras feitas com dentes humanos reais, e elas tinham esse nome porque era comum a prática de retirar os dentes das vítimas do campo de batalha. Seu dentista moderno já não parece mais tão assustador agora, certo?
Bebendo vinho cheio de bactérias
Por alguma razão, ouvir as palavras "Grécia Antiga" imediatamente faz muitas pessoas pensarem em gregos antigos vestindo togas e bebendo um vinho delicioso, mas aprender sobre como provavelmente era o gosto dessa bebida naquela época mudou tudo para nós. Aparentemente, o vinho antigo não era nada saboroso, a menos que fosse super fresco. O problema é que as pessoas não sabiam como conservar a bebida por longos períodos, mas davam o seu melhor. Você está assustado? Você deveria estar com medo.
As pessoas adicionavam sal, chumbo e/ou pó de mármore ao vinho na tentativa de fazê-lo durar mais. Elas também o deixavam do lado de fora para oxidar até que estivesse cheio de bactérias. Não somos especialistas, mas isso não parece delicioso.
Usando uma esponja comum presa à uma vara para se limpar no banheiro
Se você olhar para a lista dos dez medos mais comuns que as pessoas têm, verá coisas como "medo de aranhas", "medo de altura" ou "medo de trovão". Depois de fazer a pesquisa para este artigo, podemos ter descoberto uma nova categoria: o medo de ter que usar um banheiro romano antigo. Você sabe como os antigos romanos costumavam se limpar depois de fazer o número dois? Dica: não com papel higiênico romano antigo.
Eles usavam algo chamado xilospongio, que era basicamente uma esponja presa à ponta de uma vara. As pessoas faziam seus negócios, usavam o xilospongio e gentilmente o colocavam de volta na bacia de água para a próxima pessoa usar.
Raspando a cabeça para evitar piolhos, mas usando perucas infestadas de piolhos
As pessoas no século XVII aparentemente tentavam combater os piolhos raspando a cabeça e usando perucas, mas da forma como compreendemos, elas estavam apenas substituindo um problema por outro: as perucas, que eram feitas de cavalo, cabra ou cabelo humano, também atraiam piolhos e começavam a feder com o uso contínuo. As pessoas tentavam usar amido de milho perfumado com laranja e lavanda para encobrir o fedor, mas todos nós sabemos que não tem muita coisa que um xampu seco pode fazer.
As perucas eventualmente tinham que ser enviadas de volta ao fabricante para limpeza e remoção de piolhos, o que significa que a peruca era fervida. Os piolhos eventualmente retornariam, e é por isso que as damas da corte carregavam longos bastões de metal: para arranhar seus penteados infestados de piolhos. Ah, o glamour da aristocracia francesa!
Limpando-se com o mesmo óleo que outra pessoa acabou de usar
O fato das pessoas hoje conhecerem o termo "banhos romanos" leva-nos a pensar que banhos eram muito importantes para os antigos romanos, assim como a higiene pessoal. No entanto, a abordagem que eles tinham à higiene pessoal era muito diferente da nossa, e não soa como algo que gostaríamos de adotar. Aqui está como eles costumavam se limpar nos dias anteriores ao sabão: com azeites perfumados e um estrígil.
Eles passavam o óleo no corpo e depois o raspavam usando o instrumento de metal. Isso não soa tão estranho, mas a questão é que o óleo sujo era despejado em uma jarra para ser reutilizado pelo próximo convidado, ou até reaproveitado como condicionador de cabelo.
Acreditando que as cáries eram causadas por vermes dentários
Você pode reclamar de ter que ir ao dentista agora, mas por mais desagradável que essa experiência possa ser, pelo menos os dentistas modernos realmente sabem o que estão fazendo. Na Roma Antiga, o conhecimento das pessoas sobre cáries, por exemplo, era bastante grotesco. Elas costumavam pensar que cáries eram causadas por vermes mordiscando o interior dos dentes e, como não sabiam a causa correta, também não conheciam o tratamento correto.
Na verdade, um médico que uma vez afirmou ter curado a dor de dente do imperador Cláudio disse que conseguiu expulsar os vermes com um enxágue de água quente. Sabemos que isso não é da nossa conta, mas queremos dizer ao imperador Cláudio: aquele homem estava te enganando.
Contaminando o suprimento de alimentos toda vez que fertilizavam as plantações
A agricultura foi o desenvolvimento chave na civilização humana como a conhecemos hoje, mas levou muito tempo e muitas tentativas e erros até entendermos o que funcionava e o que não funcionava. O uso de fertilizantes aumentava drasticamente o rendimento das colheitas, mas as pessoas não sabiam como fazê-lo corretamente e, na Roma Antiga, fertilizar as colheitas também significava contaminar todo o suprimento de alimentos, simplesmente porque não tinham mais conhecimento.
Hoje sabemos que os excrementos destinados a serem usados como fertilizantes nas lavouras devem ser compostados por vários meses para garantir a eliminação dos ovos parasitas. Os romanos antigos infelizmente pulavam essa etapa.
Aceitando o lixo como "apenas um fato da vida" e jogando-o em qualquer lugar
Pompeia já foi uma próspera e sofisticada cidade romana, e qualquer fã de história adoraria visitá-la antes da erupção catastrófica do Monte Vesúvio em 79 d.C. que a soterrou sob 6 metros de cinzas vulcânicas e pedras-pomes — ou não? Aparentemente, Pompeia estava absolutamente transbordando de lixo, porque o lixo era considerado "apenas um fato da vida" e, portanto, as pessoas o jogavam onde quisessem.
Restos fossilizados de comida podre mostram que ruas, cemitérios, casas e tudo o mais eram tratados como uma gigantesca lata de lixo. Se eles inventassem uma máquina do tempo que pudesse nos levar de volta a Pompeia, definitivamente não gostaríamos de estar lá durante os meses de verão.
Olhando para o Palácio de Versalhes e vendo um banheiro enorme
O Palácio de Versalhes é um grande representante da arte francesa do século XVII, símbolo de luxo e opulência, Patrimônio da Humanidade. É assim que o vemos hoje, mas aparentemente, no passado, a antiga residência real era vista por alguns como um enorme banheiro. Por mais glamouroso que fosse, o palácio não tinha banheiros públicos suficientes para acomodar a enorme corte de Luís XIV, então muitas pessoas simplesmente faziam seus negócios nos cantos.
E tinha também essa mulher, Princesse d'Harcourt, que aparentemente nem se dava ao trabalho de ir até um canto: diz-se que ela costumava fazer o número um casualmente enquanto caminhava. Diz-se também que ela era fortemente odiada por seus servos. Nós nos perguntamos o motivo.
Acreditando nas propriedades medicinais do musgo no crânio
Centenas de anos atrás, as pessoas costumavam ingerir remédios contendo ossos humanos, sangue e gordura, e embora seja um alívio saber que esse tipo de prática ficou no passado, se você pensar bem, algumas centenas de anos não é tanto tempo assim... Que arrepio! Aqui temos um "remédio" que na verdade não envolvia uma parte do corpo humano, apenas algo crescendo nele: mais especificamente, algo crescendo no crânio de um homem morto.
Quando os soldados morriam no campo de batalha, seus corpos geralmente permaneciam insepultos e, à medida que se decompunham, um certo tipo de musgo começava a crescer em seus crânios. Acreditava-se que aquele musgo curava qualquer coisa, desde hemorragias nasais até epilepsia, e nós preferimos deixar nosso nariz sangrando.
Compartilhando instalações balneárias públicas com os doentes
Na Roma Antiga, os médicos costumavam dizer a seus pacientes para se lavarem em um banho como parte de seu tratamento, o que soa bom e relaxante se você estiver pensando em um banho na banheira de sua própria casa, mas não era isso que acontecia. Naquela época, os doentes tomavam banho em balneários públicos, o que causava um problema de saúde: as doenças infecciosas podiam facilmente contaminar todos os outros.
Não foi até o governo de Adriano, que foi imperador de 117 a 138, que os balneários começaram a ter horários de funcionamento especiais para os doentes, que podiam vir e se limpar, mas ficavam separados das pessoas saudáveis.
Fazendo produtos de higiene feminina com guardanapos enrolados em musgo
Ser mulher hoje em dia é difícil, mas ainda assim é melhor do que ser mulher na Grécia Antiga, na Roma Antiga ou na Europa Medieval. Pelo menos, nos dias de hoje os produtos modernos de higiene feminina são acessíveis e vendidos em todos os lugares, prontos para serem usados e não são feitos de musgo. Oi?! Chegaremos lá em um minuto. Primeiro vamos começar com a Grécia Antiga, onde as mulheres costumavam fazer tampões com pedaços de madeira embrulhados em fiapos. Agora vamos para Roma, onde os absorventes eram feitos de lã.
Parece que a tecnologia vinha evoluindo, não? Mas então chegamos às mulheres medievais, que enrolavam panos e trapos velhos em musgo, que aparentemente absorve muito bem.
Usando resíduos corporais líquidos como enxaguante bucal
Estávamos tentando encontrar uma maneira de dizer isso que tornasse a prática um pouco menos grosseira, mas não há uma maneira fácil de apresentar esses fatos: os antigos romanos usavam resíduos líquidos de corpos de animais e humanos como enxaguante bucal. Sim, eles enxaguavam a boca com urina, que era vista como um agente clareador que tirava as manchas dos dentes. Não sabemos você, mas preferimos ter dentes amarelos do que usar esse tipo de enxaguante bucal natural.
Digamos que realmente funcionava. Nós nos perguntamos quem foi a primeira pessoa que pensou que enxaguar a boca com este produto lhe daria um sorriso mais bonito.
Não lavando ou esterilizando equipamentos cirúrgicos
É uma loucura pensar na rapidez com que a medicina moderna avançou em tão pouco tempo. Você pode imaginar que há apenas duzentos anos atrás não sabíamos da importância dos médicos lavarem as mãos antes de realizar uma cirurgia? A mesma sonda era usada para as feridas de todos os pacientes, roupa de cama e jalecos não eram lavados e o equipamento cirúrgico raramente passava por uma limpeza. Não é de se admirar que as taxas de mortalidade fossem tão altas!
Se você tivesse uma lesão propensa a infecções, os médicos simplesmente iam em frente e amputavam o membro por inteiro, o que talvez fosse ainda pior, afinal, eles não tinham anestésicos decentes.
A diarreia era vista como um bom sinal
Imagine ir ao seu médico para reclamar da diarreia grave que você está tendo desde que começou o tratamento recomendado para uma dor de barriga, e a resposta que você recebe é simplesmente: "Que bom, significa que está funcionando". Isso é o que muitas vezes acontecia na medicina medieval, quando a mentalidade geral era que se o tratamento estivesse dando qualquer efeito, é sinal de que provavelmente estava funcionando. Cara, as pessoas daquela época simplesmente não tinham ideia de como as coisas funcionavam.
Um efeito colateral conhecido do remédio para vermes estomacais que eles usavam era uma diarreia brutal, que os médicos supunham ser um bom sinal pois achavam que significava que o corpo estava se livrando dos vermes.
Dormindo entre insetos e excrementos de pássaros
As pessoas hoje veem as camas com dossel como um símbolo de luxo, o tipo de mobília que pertence apenas a pessoas ricas ou hotéis chiques. Mas a alegada razão pela qual as camas com quatro postes e um dossel foram inventadas é muito menos glamorosa do que poderíamos ter imaginado. Alguns dizem que essas camas surgiram da necessidade de aconchego e privacidade em quartos compartilhados sem aquecimento central.
No entanto, há também a teoria de que, como as casas não tinham um telhado com o nível de proteção que temos hoje, era comum que insetos e excrementos de pássaros caíssem diretamente nas pessoas enquanto dormiam, e o dossel começou a ser usado para evitar tais surpresas.
Mantendo-se "limpo" trocando de roupa, mas nunca tomando banho
Para muitas pessoas hoje em dia, higiene pessoal significa tomar banho, lavar o cabelo, trocar de roupa, lavar a roupa e lavar as mãos — e repetir o ritual várias vezes por dia, uma vez por dia ou pelo menos algumas vezes por semana, dependendo da movimentação. Mas para as pessoas dos anos 1700, nossa rotina moderna teria soado excessiva e irracional. Naquela época, as pessoas das classes altas raramente tomavam banho e apenas ocasionalmente lavavam as mãos ou o rosto.
A ideia de se manterem "limpas" significava trocar a roupa de baixo — o importante era manter limpas as roupas usadas junto à pele, como se isso garantisse a limpeza do corpo.
Um tratamento horripilante para uma doença horripilante
O primeiro surto europeu de sífilis registrado ocorreu em 1495, durante o cerco francês a Nápoles e, como era de se esperar, as pessoas naquela época não tinham ideia do que se tratava, como a doença era transmitida e como tratá-la adequadamente. A questão é que a partir de lá ela começou a se espalhar pela Europa, e estima-se que mais de 20% dos indivíduos entre 15 e 34 anos no final do século XVIII em Londres foram tratados para a doença.
E como eram os tratamentos? Um método popular envolvia o uso de mercúrio, que todos sabemos ser extremamente tóxico. Às vezes, a substância era administrada por via oral e, às vezes, bem, pelas regiões mais ao sul do corpo humano.
Usando papel higiênico cheio de farpas
A grande escassez de papel higiênico em 2020 nos fez perceber o quanto ele é apreciado pela sociedade moderna, e depois de ouvir sobre como esse item costumava ser no século passado, não é de se admirar que tenhamos tal sentimento de proteção em relação ao nosso papel higiênico acolchoado, extra confortável e com três camadas. Em 1935, uma empresa que anunciava seu papel higiênico usou o slogan "Sem farpas!" para vender seu produto, o que significa que papel higiênico com farpas era uma coisa normal naquela época?
Temos tanto com que nos preocupar nos dias de hoje, que às vezes desejamos ter nascido décadas atrás, em tempos mais simples. Mas uau, não queremos viver em uma época em que teríamos que nos preocupar com os perigos de um papel higiênico com farpas.
Usando cães selvagens e porcos carniceiros como controle de lixo
Estima-se que os primeiros exemplos de sistemas organizados de gestão de resíduos sólidos não apareceram na Europa até o final do século XVIII, então só podemos imaginar como as pessoas viviam antes disso. Alerta de spoiler: na sujeira, elas viviam na imundície. Na antiga Mesopotâmia, o único "controle de lixo" era aparentemente feito com cães selvagens e porcos necrófagos que eram permitidos em todos os lugares, e queremos mesmo dizer em todos os lugares, inclusive dentro do palácio do rei.
Sem surpresa, o lixo cobria cada centímetro das cidades, atraindo ratos, pulgas e outros portadores de doenças. Se você está se perguntando se os mesopotâmicos já lidaram com epidemias de peste, a resposta é sim.
Prescrevendo produtos "médicos" feitos de sangue e carne humana
Na Europa dos séculos XVI e XVII, os médicos prescreviam regularmente remédios feitos com ossos, carne e sangue humanos para tratar qualquer coisa, desde dores de cabeça até epilepsia. Havia inclusive um nome para esse tipo de prática: "medicina de cadáveres". Um "ingrediente" popular era a múmia egípcia, e temos que nos perguntar como eles conseguiram colocar as mãos nelas, mas acreditava-se que o crânio de uma múmia em pó, por exemplo, curava doenças da cabeça.
O rei Carlos II tinha sua própria mistura pessoal que consumia regularmente: chamava-se "Gotas do Rei", e seu "ingrediente ativo" eram crânios humanos esmagados.
Transformando resíduos corporais líquidos em "sabão" de lavanderia
Quem não gosta do cheirinho de roupa recém-lavada? Provavelmente os antigos romanos, porque seu "sabão" de lavanderia era nojento. Consegue adivinhar do que era feito? De resíduos corporais líquidos. Funcionava assim: vasos para coletar resíduos corporais líquidos eram espalhados por toda Roma, e qualquer um poderia usá-los para, bem, "fazer uma doação". Quando os vasos ficavam cheios, eram levados para o local usado como lavanderia.
O resíduo líquido era diluído em água e derramado sobre um monte de roupas sujas, e então um trabalhador da lavanderia pisaria nelas até ficarem "limpas". Esperamos que eles também enxaguassem completamente as roupas com água, embora não tenhamos certeza.
Vivendo na sujeira e no fedor
Lembre-se daquele episódio de "Friends" quando Ross está descrevendo o apartamento da mulher com quem está saindo, e diz que é como jogar uma jaqueta em uma cadeira no final do dia, mas em vez de uma cadeira é uma pilha de lixo, e em vez de uma jaqueta é uma pilha de lixo? É assim que imaginamos a Europa medieval agora. Londres, aparentemente, era imunda e fedorenta de comida podre, vísceras de animais e todos os tipos de excrementos transbordando pelas ruas.
No século XIV, o cheiro era tão ruim, que o rei proibiu o abate de animais dentro da cidade. Isso provavelmente ajudou, porque os açougueiros costumavam jogar carne podre no Tâmisa, sendo que o sangue e os restos mortais eram abandonados ao sol.
Empregando um limpador pessoal
Se você acha que seu trabalho é ruim, pense novamente. Durante séculos, havia um cargo na corte do rei da Inglaterra chamado "Noivo do Banco", e essa pessoa era responsável por atender às necessidades de higiene do rei. O que isso significa, exatamente? Segundo alguns, que o rei tinha um limpador pessoal. Mas outros dizem que seus deveres não se estendiam a tal extremo.
O que sabemos com certeza é que essa pessoa era responsável por fornecer água, toalhas e uma bacia para o rei após cada número dois, e ele também deveria monitorar a dieta e os movimentos intestinais do rei. Seu trabalho não parece tão ruim agora, não é?
Bebendo batidas de proteína horripilantes
O século XVII foi realmente uma era de experimentação, durante o qual deve ter sido divertido ser médico inventando todos os tipos de receitas malucas para tratar as doenças — e parece que as pessoas acreditariam em qualquer coisa que você dissesse. Veja essa receita do médico inglês John French, por exemplo. French, conhecido por publicar o manual "A Arte da Destilação" em 1651, apresentou um "remédio infalível contra a epilepsia".
Sua receita começava com o cérebro de um jovem que teve uma morte violenta entre outros ingredientes, e devem ser amassados todos juntos, despejados em um copo grande hermeticamente fechado e deixados em esterco de cavalo por meio ano. Saúde!
Usando esterco de crocodilo como anticoncepcional
Nós nunca escrevemos a palavra "esterco" tantas vezes em uma única lista e nos perguntamos quantas vezes ela já apareceu nessa página. Porém, honestamente, estamos com receio de descobrir, então vamos apenas seguir em frente. Aqui está outro fato nojento e insalubre do passado relacionado a esterco para você, e esse envolve nossos grandes répteis semi-aquáticos favoritos: os crocodilos! No antigo Egito, as mulheres usavam esterco de crocodilo como anticoncepcional.
Mas elas não o usavam puros, não, porque isso seria estranho. Elas o misturaram com leite azedo até formar uma pasta que inseriam em suas áreas íntimas.
Raramente trocando ou lavando suas roupas
Você já abriu o armário de manhã, olhou todas as suas roupas e pensou: "Não tenho nada para vestir!"? Os camponeses medievais estão julgando você, porque eles realmente sabiam como era não ter nada para vestir — de verdade. Naquela época, as pessoas comuns geralmente possuíam apenas um conjunto de roupas e se vestiam em camadas para evitar de lavar as roupas externas com muita frequência.
Aqueles que podiam pagar por dois conjuntos de roupas costumavam usar um durante a semana enquanto o outro estava sendo lavado. A lavagem era feita no rio, o que é lamentável, pois as cidades não tinham tratamento de esgoto e os resíduos eram jogados diretamente na água.
Organizando jantares festivos anti-higiênicos
Na Roma Antiga, os jantares da elite eram uma demonstração de status e também uma importante oportunidade de ampliar os contatos. Os anfitriões sempre investiam para impressionar os convidados, e isso geralmente significava servir as comidas mais caras e exóticas que o dinheiro podia comprar: em um único jantar, eles podiam servir avestruz, flamingo, garça, tartaruga, perdiz, ganso, pato, frango, toninha, linguado, pescada, ostras, cabra-selvagem, javali, leitão, vitela e lebre.
Parece impressionante. No entanto, a maneira como eles comeriam toda essa comida não é nada atraente: eles comiam reclinados em sofás e simplesmente jogavam todos os ossos de animais, peles, conchas de frutos-do-mar e caroços de azeitona no chão.
Qualquer coisa relacionada à produção e ao uso de um "homem melificado"
Esperamos que essa seja apenas uma história inventada por pessoas com uma imaginação selvagem, mas fontes médicas chinesas do século XVI falam de uma substância chamada "homem melificado". A produção se baseava em uma pessoa que parava de comer qualquer alimento que não fosse mel até seu suor ser substituído pela substância. Quando morresse, seu corpo seria colocado em um caixão de pedra cheio de mel e deixado em repouso por cem anos.
Depois de todo esse tempo, o conteúdo era transformado em uma mistura que diziam ser capaz de curar qualquer coisa, desde doenças a membros quebrados e, naturalmente, era vendida por muito dinheiro.